
É Ano Novo!!! Momento de brindar com Champagne ou Espumante. Para ilustrar, segue a coluna de Luiz Carlos Zanoni publicada esta semana no Jornal O Estado do Paraná.
Sim, há uma diferença
Alguns são charmat, outros champenoise. As duas palavras costumam freqüentar – ou uma, ou outra – os rótulos de espumantes. Elas designam os dois diferentes métodos de elaboração desses vinhos, o champenoise, artesanal, geralmente em nível superior de qualidade, e o charmat, com caráter industrial, acessível no preço. Ambos têm a ver com o componente que diferencia os espumantes de todos os demais vinhos, as deliciosas bolhinhas. E é útil saber distingui-los, sobretudo agora, quando, turbinado pelas festas de fim de ano, o consumo atinge seu pico mais elevado.
A elaboração dos espumantes se inicia, numa primeira etapa, com a mistura de vinhos tranqüilos, não efervescentes, de diferentes safras e castas viníferas – embora, no caso de colheitas excepcionais, alguns produtores utilizem exclusivamente as uvas do ano, lançando os chamados millésimes, com o rótulo datado. As vinícolas costumam reservar uma parcela dos bons caldos de cada safra para uso em anos subseqüentes, assegurando uma qualidade homogênea às marcas. As bolhas surgem após a mescla, numa segunda fase, com a adição ao vinho já estabilizado do açúcar e das leveduras que produzirão nova fermentação e a conseqüente liberação de gás carbônico.
Na região francesa de Champagne, terra de origem dos espumantes, essa segunda fermentação é, obrigatoriamente, feita na própria garrafa, que, junto com o vinho base, recebe a pequena porção de açúcar e leveduras, a chamada prise de mousse. O gás carbônico resultante do processo ficará, então, nela aprisionado, assim como os resíduos das leveduras, que devem posteriormente ser retirados para não turvarem a bebida.
O descarte desses resíduos é o xis da questão. Suspensas nos orifícios de painéis de madeira, as garrafas passam pela remuage, a pequena torção manual aplicada todo o dia, ao longo de várias semanas, por um especialista, o remueur, com o objetivo de fazer com que os depósitos se acumulem no gargalo. Eles serão, depois, excluídos com o auxílio de uma máquina, que congela somente o liquido contido no gargalo. Retira-se a rolha provisória e a pressão interna ejeta esse anel de gelo com os resíduos. Algumas empresas simplificaram a remuage, empregando máquinas que fazem a torção dos painéis com as garrafas em bloco, mecanicamente. As grandes casas, entretanto, não dispensam o toque do remueur.

Dá-se a esse método o nome de champenoise, uma referência à região que o criou. É mais caro, mas com um resultado melhor, pois o contato direto e prolongado com as leveduras atribui à bebida fragrâncias e sabores mais intensos. Tais espumantes trazem no rótulo a indicação de que foram feitos pelo método tradicional, clássico ou champenoise. Além da região de Champagne, também a Espanha o tornou obrigatório na produção de suas cavas.
O outro sistema é o charmat, mais simples e econômico, já que a segunda fermentação se dá em grandes cubas de inox, dispensando a remuage. O vinho, gaseificado e livre de resíduos, vai da cuba direto para a garrafa. Quando o rótulo não traz nenhuma indicação, fique certo de que o usado foi esse. Mas, atenção, há espumantes feitos assim que alcançam ótimo padrão, igualando-se aos outros. As vinícolas da Serra Gaúcha usam os dois métodos.
Oi Ana,
ResponderExcluirEstou com saudades dos seus artigos...
Abraço
Oi Fernanda,
ResponderExcluirVocê tem razão. Com tantos afazeres dos últimos tempos, saí do foco e não consegui produzir nada. Espero entrar nos eixos em breve.
bjs