O mês de abril já passou e só agora vou falar da confraria que aconteceu no dia 17. Aproveitei para comemorar meu aniversário com meus amigos confrades. Desta vez foi um jantar na minha casa e o João, o responsável.
Cada confrade tem a liberdade para escolher o cardápio em seu dia de chef e o faz a sua maneira. Uns inspiram-se em livros, em chefs famosos, outros adaptam receitas que gostam, e o João inventa. Ele é o nosso confrade mais criativo, detalhista e minucioso, talvez por isto seja também arquiteto. Seus pratos são releituras, desconstruções de pratos clássicos, utilizando algumas técnicas diferentes. Vem com a receita escrita a mão e o desenho da montagem não podia faltar.
Ele preparou como entrada, uma nova releitura de uma moqueca de camarão. A montagem do prato começava com quadradinhos de gelatina: um de salsa e coentro e outro de cebolinha. Uma gelatina foi regada com azeite de gengibre e outra com azeite de tomate seco. Os azeites ele já havia preparado previamente. Sobre cada gelatina um camarão já salteado. A calda do camarão foi preenchida com gelatina de chá preto bem aromático. Um pouco do tomate seco bem picadinho num canto, um creme de alho em outro, e espuma de leite de coco completavam o prato. Com esta entrada tomamos um vinho branco italiano Pinot Grigio - Jensen, 2007.
O prato principal não foi menos trabalhoso: peito de perdiz recheado com uma fatia fina de foie-gras, envolto novamente na pele e salteado. Esta pele foi retirada e substituída por folhas de repolho previamente escaldadas e terminado o cozimento no forno. Para acompanhar, uma compota feita com figos frescos, tâmaras e damasco. Harmonizou muito bem com um tinto do produtor Claude Courtois do Vale do Loire, Racines du Paradis, Cabernet Franc, 2006.
Romeu e Julieta foi a inspiração para a sobremesa: calda morna de goiaba, sorbet de marcarpone e tangerinas flutuantes, ou seja, uma gelatina de tangerina. O doce foi dado pelo sorbet. Gostei muito da combinação, pois individualmente faltava açúcar na calda e na gelatina, sobrando no sorbet, mas tudo junto ficou bem equilibrado e acompanhou o vinho de Sauterne Château Doysi-Vendrine, 2001. A receita da sobremesa você pode ver no blog da confraria.
Também servi um bolo, tradicional da família: pão-de-ló com calda de amoras da fazenda que fez par com um vinho do Porto Vintage Nieeport 1994. Este bolo já está postado em receitas de familia e a receita você pode ver aqui.

Oi Ana, parabéns atrasado. Quer dizer que a galera se reuniu e eu fiquei de fora.Não em importancia. Agendei a data para o ano que vem.
ResponderExcluirMarian
Oi Marian,
ResponderExcluirObrigada pela lembrança. Com certeza em outras datas você estará presente.
beijos
Ana
Olá Ana,
ResponderExcluirO vinho Racines do Claude Courtois não tem C.franc no assemblage. O correto é o seguinte:40% Gamay, 30% Pinot Noir, 15% Cabernet Sauvignon e 15% Côt – nome local da Malbec
Abraço,
Eugênio Oliveira
www.decantandoavida.com