Este foi o assunto abordado pelo programa Profissão Repórter da rede Globo desta semana. Ele apresentou três casos diferentes, sendo um paciente com bulemia, outro com anorexia e uma moça com obesidade que ia se submeter a uma cirurgia de redução do estômago.
O paciente bulêmico, é aquele que tem vontade de comer, come compulsivamente e depois provoca vômito. Este tipo de paciente geralmente não é nem muito gordo, nem muito magro. Não corre risco de vida.
Diferente do anoréxico, que tem uma imagem corporal distorcida, vendo gordura onde ela não existe. Não comem, e se comem, também querem vomitar. São extremamente desnutridos, com deficiência calórica, protéica, de vitaminas e sais minerais. Tem anemia extrema, osteoporose, alterações de pele, cabelos, gengivas, dentes, etc. Nas meninas, um dos primeiros sinais é a ausência de menstruação. O organismo, muito sábio, entra em regime de economia. Acomete mais as mulheres, e muitos destes pacientes acabam morrendo. É muito importante que a família fique alerta quando uma adolescente muda seu padrão alimentar. Deve-se ter vigilância dobrada, e logo procurar ajuda médica.
A paciente obesa foi submetida a uma redução de estômago por “grampeamento”. Tudo deu certo, três meses depois havia emagrecido 28 kg e estava muito feliz. Só que nem sempre é assim. Em muitos casos, o desfecho não é tão fácil. A abordagem do programa foi muito superficial, banalizou este procedimento e não mostrou o outro lado.
A cirurgia bariátrica (redução de estômago) é um procedimento invasivo e com conseqüências sérias, as quais necessitam ser muito bem avaliadas previamente. Várias técnicas existem, e a indicação vai depender da necessidade do paciente. Pode ser somente restritiva como a do caso acima, mas na maioria dos casos, além da diminuição do estômago, este é ligado ao intestino delgado num segmento inferior, reduzindo com isto também a superfície de absorção dos alimentos. Esta cirurgia leva ao emagrecimento mais acentuado, melhora da diabetes, mas como conseqüência, o paciente fica com deficiências de muitas vitaminas, minerais e proteínas os quais deixam de ser absorvidos. Estes nutrientes necessitam ser suplementados.
Diferentes técnicas cirúrgicas - veja ABESO
O esvaziamento rápido do estômago nestes pacientes pode levar a sintomas muito desagradáveis, chamados de síndrome de dumping, em que eles apresentam náuseas, vômitos, mal-estar, tremores, taquicardia, fraqueza, diarréia, cólicas abdominais etc. Isto pode ocorrer logo após a refeição, ou duas a três horas depois.
Para uma cirurgia deste porte, o paciente tem que ser bem escolhido, pois não é só o IMC (Índice de Massa Corpórea – peso/ altura²) superior a 40 que conta. É necessário avaliar a presença ou predisposição para as comorbidades como hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares, artroses entre outras, e um preparo psicológico é fundamental. Alguns pacientes não suportam o fato de não conseguirem mais comer como antes. Isto pode levar a outras compulsões como alcoolismo, abuso de drogas, depressões e até suicídio.
Tenho visto pessoas que foram submetidas a esta cirurgia e que ainda sofrem muito. Elas estão preocupadas com seus filhos para que não cheguem a este ponto. Mas também há aquelas que nem tentam um tratamento clínico, querem até engordar mais, para chegar ao ponto de indicação cirúrgica. Uma total inversão de princípios. E isto está acontecendo também com os adolescentes.
3 comentários:
Ana,
Lembra o que te falei quando o post é sobre saúde?
Abraço,
Fernanda
Oi Fernanda,
Lembro, mas preciso fazer a minha parte.
bjs
Oi Ana,
Com certeza!!!
Pelo menos lemos e tentamos mudar nem que seja um pouquinho.
Abraço,
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