quinta-feira, 19 de março de 2009
GELATINA DOCE COMO BALA
Os alimentos infantis industrializados têm sido alvo de críticas e pesquisas de qualidade nestes últimos tempos. Estas pesquisas têm demonstrado que não são benéficos para a saúde e crescimento das crianças, com excesso de açúcar, sal, gorduras saturadas e trans, corantes e até adoçantes não especificados nos rótulos. Estes muitas vezes não retratam a realidade dos alimentos, mascarando sua qualidade.
Recentemente foi publicado nos jornais de grande circulação uma pesquisa sobre as gelatinas realizada pela Proteste. Esta visou verificar as informações dos rótulos, assim como as quantidades de açúcar, sal, colágeno, edulcorantes (adoçantes) e corantes artificiais. Analisaram também a higiene através de estudos microbiológicos, pesquisando a presença de germes patogênicos como coliformes fecais, leveduras e etc.
A gelatina é um alimento barato, de fácil preparo, fácil deglutição e digestão. Gelada e docinha, agrada ao paladar das crianças e também dos adultos, sendo muito utilizada na alimentação das crianças, idosos e doentes.
A proteste analisou 11 pós para gelatina sabor morango, sendo quatro na versão tradicional, quatro na versão diet e três na versão zero.
Os problemas começaram nos rótulos: alguns sem a data de fabricação, outros sem informação sobre o conteúdo de sódio, outros não diet contendo edulcorantes. No quesito açúcar, a quantidade era excessiva na maioria dos casos, ultrapassando a quantidade de açúcar para um lanche de um adulto, sendo que a Royal e Oetker, nas formas tradicionais também possuem edulcorantes, ingrediente não recomendado para crianças nem gestantes. Nas versões sem açúcar, este não estava presente, e a quantidade de edulcorante estava correta, dentro dos limites permitidos.
Pelas orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria, as crianças até um ano não devem receber nenhuma porção de açúcar, ou seja, nada deve ser adoçado e os alimentos doces não devem ser oferecidos. As gelatinas estão fora do cardápio.
Os pré-escolares, crianças até 6 anos podem ter em sua alimentação uma porção de açúcar ao dia, que representa 110 Kcal, ou seja: 1 colher de sopa de açúcar, ou de achocolatado, ou 1 colher do doce caseiro (20g), ou 2 colheres de sobremesa de geléia (Manual de Orientação Nutricional da Sociedade Brasileira de Pediatria,2008). A OMS é mais condescendente e autoriza 36 g de açúcar ao dia para esta faixa etária. Se em um lanche a quantidade de açúcar deve ser no máximo ¼ da quantidade diária, e uma porção de gelatina de 120 g contem 7,9 g de açúcar pelos cálculos da proteste, esta quantidade é maior que as 5 g permitidas para esta faixa etária.
A verdadeira gelatina, feita a partir dos ossos, é rica em colágeno, substância de sustentação da pele, ligamentos, cartilagens, ossos, muito importante no nosso corpo. Nestas gelatinas estudadas, o teor de colágeno é muito pobre, sendo necessário uma grande porção de gelatina para se atingir qualquer objetivo. As marcas sem açúcar apresentaram um teor de colágeno um pouco melhor.
A cor das gelatinas é dada por corantes, amarelo crepúsculo e bordeaux S., embora dentro dos limites permitidos, estas substâncias podem desencadear processos alérgicos nas pessoas susceptíveis. O corante amarelo crepúsculo também já foi relacionado com hiperatividade nas crianças. Nos itens sal e higiene, todas as marcas foram aprovadas no teste.
E as frutas onde estão? Somente nos rótulos.
Veja no link da revista a reportagem completa da Proteste.
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